27/11/2014 15h20
- Atualizado em
27/11/2014 15h56
NOVOS MINISTROS PARA O 2º MANDATO DA PRESIDENTE DILMA
Planalto anuncia Levy na Fazenda e Barbosa no Planejamento
Alexandre Tombini seguirá na presidência do BC no 2º mandato de Dilma.
Joaquim Levy sucede Guido Mantega e Nelson Barbosa, Miriam Belchior.
O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira (27) por meio de nota (
leia a íntegra ao final desta reportagem)
os primeiros nomes de ministros da equipe do segundo mandato da
presidente Dilma Rousseff – Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa
(Planejamento) e
Alexandre Tombini, que permanecerá como presidente do Banco Central, cargo com status de ministro.
Desde a reeleição de Dilma Rousseff, havia expectativa no mercado em
relação aos novos integrantes da equipe econômica do segundo mandato da
presidente. Na semana passada, Dilma fez os convites para que
Joaquim Levy
e Nelson Barbosa passassem a integrar o governo. Depois, definiu o
cargo que cada um ocuparia. Os dois, além de Tombini, chegaram a ser
cogitados para ocupar a Fazenda – a escolha recaiu sobre Levy.
Durante o período de transição, Levy e Barbosa usarão gabinetes no Palácio do Planalto. Eles
já se reuniram com a presidente
Dilma Rousseff e vão trabalhar na montagem de um plano de ajuste da
economia. De acordo com a nota divulgada pelo Planalto, os atuais
ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior,
permanecerão em seus postos durante um período de transição, até que se
conclua a formação das novas equipes das duas pastas.
Os ministros
O economista e engenheiro Joaquim Levy atuou nos governos de Fernando
Henrique Cardoso (secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério
da Fazenda e economista-chefe do Ministério do Planejamento),
Luiz Inácio Lula da Silva (secretário do Tesouro Nacional) e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro (secretário da Fazenda).
Para assumir o Ministério da Fazenda, ele deixará o posto de
diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, responsável pela
gestão de fundos de investimento do banco. A primeira opção de Dilma
para a Fazenda era o diretor-presidente do Bradesco, Luiz Carlos
Trabuco, mas ele
declinou do convite. Levy sucederá Guido Mantega, que comanda a Fazenda há mais de oito anos.
O economista
Nelson Barbosa
é professor da Faculdade de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No primeiro mandato
de Dilma, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda. No governo
Lula, exerceu os cargos de secretário de Acompanhamento Econômico e
secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. No
Planejamento, ele sucederá Miriam Belchior, ministra da pasta durante
todo o primeiro mandato de Dilma.
Alexandre Tombini é servidor concursado do Banco Central e comanda a
instituição desde o início do primeiro mandato de Dilma. Ele sucedeu
Henrique Meirelles, presidente do BC no governo Lula e que chegou a ser
cogitado para ministro no segundo mandato de Dilma, mas, segundo o
Blog do Camarotti, sofreu resistência da própria presidente.
Fim da era Mantega
O anúncio dos novos ministros era aguardado com ansiedade pelo mercado devido ao
desempenho da economia neste ano e ao
aumento do déficit nas contas públicas.
Durante a campanha pela reeleição, Dilma anunciou que Mantega – no
cargo desde 2006, quando o presidente ainda era Luiz Inácio Lula da
Silva – não continuaria no ministério em um segundo mandato por "motivos
pessoais". Mas ela não adiantou quem seria o substituto. Mesmo depois
da vitória na eleição, a presidente também se esquivou de anunciar o
nome do futuro ministro, argumentando que "não era o momento".
Levy assumirá a Fazenda em meio à tentativa do Executivo de aprovar no Congresso Nacional um
projeto para derrubar a meta fiscal
prevista para 2014. A proposta foi enviada ao Legislativo após o
segundo turno das eleições, quando o governo reconheceu que teria
dificuldades de economizar R$ 116 bilhões para pagar juros da dívida
pública, conforme o previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014.
A votação estava prevista para esta quarta-feira (26), mas, devido à
falta de quórum, foi adiada para a próxima terça (2).
Déficit
No ano eleitoral, o governo aumentou gastos, e as contas públicas tiveram forte deterioração. Em outubro, as contas tiveram o
pior resultado para o mês em 12 anos. Em setembro, foi
registrado um déficit primário
(receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida pública) de R$
20,39 bilhões – o pior resultado não apenas para setembro, mas para
todos os meses da série histórica do Tesouro Nacional, que se iniciou em
1997.
Nota
Leia abaixo a íntegra da nota oficial divulgada pela Presidência para
anunciar os nomes dos novos ministros da equipe econômica do governo.
NOTA OFICIAL
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje três nomes da equipe econômica do seu ministério.
Para o Ministério da Fazenda, a presidenta indicou sr. Joaquim
Levy. O novo titular do Ministério do Planejamento será o sr. Nelson
Barbosa. O ministro Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, foi
convidado a permanecer no cargo.
Os ministros Mantega e Miriam permanecerão em seus cargos até que
se conclua a transição e a formação das novas equipes de seus
sucessores.
A presidenta agradeceu a dedicação do ministro Guido Mantega,
o mais longevo ministro da Fazenda do período democrático. Em seus 12
anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da
crise econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a
melhoria da renda da população.
À frente do Ministério do Planejamento, a ministra Miriam Belchior
conduziu com competência o andamento das obras do PAC e a gestão do
Orçamento Federal.
Secretaria de Imprensa da Presidência/Secretaria de Comunicação Social da Presidência